segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Uma certa beleza






Dizem que o homem teme a morte, porém morre todo dia, e renasce toda manhã.

E sua própria vida é algo em constante mutação, tanto celular quanto neuronal quanto espiritual: não somos os mesmos de 15 anos atrás, quase nenhuma célula é a mesma.

Então talvez temamos deixar de existir, mas muitas de nossas preferências e características deixaram de existir, sem realmente terem se aniquilado por completo. Não brincamos mais as brincadeiras de criança, mas temos ainda, quem sabe, uma vaga ideia de como elas eram...

Enfim, as personalidades mudam e morrem e renascem, mas as potencialidades caminham sempre a frente, quem sabe junto a seta do tempo: todo o inanimado se desorganizando, todo o animado se iluminando.

Mas mesmo a existência precede a essência, realmente, pois que antes de todas as substâncias e todas as almas, havia apenas uma única substância incriada e tão eterna quanto tudo o mais...

Há uma certa beleza em se pensar assim.

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Crédito da imagem: fiddle oak


Aranauam

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