segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Teosofia



A Sociedade Teosófica foi fundada por Helena Petrovna Blavatsky e pelo coronel Henry Steel Olcott, primeiro a presidir esta instituição, em Nova York, no dia 17 de novembro de 1875. Esta expressão provém do grego theosophia, theos – Deus – e sophos – sabedoria -, normalmente compreendida como Sabedoria Divina.



A Teosofia condensa elementos filosóficos, religiosos e científicos, inerentes às diversas religiões e culturas, desde o nascimento da Humanidade. Segundo Blavatsky, estas crenças estão presentes de uma forma ou de outra nas mais variadas civilizações ao longo do tempo, conquistando aqui e ali, de acordo com os costumes e hábitos culturais de cada povo, manifestações distintas. Portanto, a Teosofia seria uma nova forma de se exprimir estes conceitos, não uma religião ou uma profissão de fé.

A Teosofia teria surgido inicialmente na Índia, seria velha conhecida dos egípcios antes mesmo da Dinastia Ptolomaica, e ressurgiria no século III, em plena era do Neoplatonismo, através dos filósofos Plotino e Amônio Saccas, considerado o mentor deste movimento filosófico. No período medieval, Jacob Boehme era reputado igualmente como adepto da Teosofia, e há registros deste conhecimento em 1697, nos Anais Teosóficos da Sociedade de Philadelphia. Ela se tornou célebre, porém, com a inauguração da Sociedade Teosófica de Helena Blavatsky.

Os neoplatônicos eram chamados também de analogistas, porque a Sabedoria por eles procurada não estava presente apenas nos livros, mas inclusive na analogia entre objetos distintos, na associação da alma humana com o universo exterior e os eventos naturais. Assim, o que importa realmente é alcançar o Saber pela pesquisa direta da Verdade, expressa na Natureza e no Homem. Para Helena, a Teosofia tem a mesma significação de ‘Verdade Eterna’.

A teosofia é uma espécie de código moral divino que se encontra na raiz de todas as religiões ao longo da História, representada em cada cultura por meio de seus símbolos e arquétipos. Assim, ela esteve presente no Egito Antigo, na Grécia Clássica, na Babilônia, no Tibete, na América e na Europa, mesmo que esses povos não tenham estabelecido entre si nenhum contato, pois estes preceitos subsistem autonomamente. Blavatsky absorveu das tradições orientais diversos termos que, através de sua versão moderna da Teosofia, foram amplamente popularizados no Ocidente, tais como Maya – ilusão -; Dharma – caminho -; Mahatmas – grandes almas -; Reencarnação e o Karma.

Mas o movimento teosófico atual é influenciado também por elementos de outras doutrinas, como o Taoísmo, o Budismo, a Cabala, o Cristianismo, a Gnose e o Hermetismo. Os adeptos desta filosofia acreditam na vitória da fraternidade universal, na fonte espiritual de tudo que existe, na unidade da vida, em uma origem unicista e eterna do conhecimento, na conexão entre os principais mitos que marcam as culturas planetárias, esboçam a estrutura cósmica e a do ser humano, revelam a importância da reforma interior de cada um, demonstram que há dimensões ainda desconhecidas e invisíveis para o Homem, mas afirmam que a Humanidade estará um dia preparada para conhecer o que hoje está oculto, portanto defendem a evolução humana.

Um dos pontos da Teosofia causou intensa polêmica e controvérsia, a de que haveriam seres perfeitos, zelando pelo Homem; entidades que um dia foram imperfeitas como nós, mas que evoluíram e se tornaram super-humanas. Seriam profetas, santos, mensageiros divinos que estariam sempre guiando a Humanidade em sua jornada. Embora Helena nunca tenha pregado algum tipo de limpeza étnica, seus escritos foram distorcidos e serviram como argumentos e inspirações para movimentos racistas e genocidas como o Nazismo. Alguns escritores afirmam que Hitler era profundo conhecedor da Teosofia.

A Teosofia moderna foi alvo de várias polêmicas, denúncias suspeitas, escândalos e depreciações, mas nunca nenhuma das acusações levantadas contra a Sociedade Teosófica foi comprovada. Por outro lado, eles nunca se autoafirmaram como seres perfeitos e incapazes de falir, nem pregaram que eram detentores da verdade absoluta. Eles se consideravam limitados no conhecimento que detinham, pois também estavam sujeitos às leis da evolução.


Aranauam

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